DESGRAÇA
O soneto que aqui exponho não é de minha autoria, tampouco sei o nome do autor. Numa aula de português, quando eu tinha dezessete anos, meu professor citou-o, dizendo que era de um colega seu do tempo da faculdade. O que acho interessante é que o tal soneto nunca me saiu da memória, mesmo sem jamais eu tê-lo anotado. Bem, aí está o soneto, cujo título é DESGRAÇA. Se alguém souber o nome do autor, faça-lhe justiça, citando-o aqui.
Eu já pude viver muito contente,
Sem dores, sem tormento e sem pesares,
Mas vi-te um dia e, desgraçadamente,
Fiquei logo por ti bebendo os ares
Mas em paga desse amor ingente,
Tu me desprezas, por me desprezares
Tenho sofrido como pouca gente
Mil torturas sem par e mil azares
Apesar dos pesares ainda espero
Que um dia aceitarás o amor sincero
Deste teu tristonho e desgraçado poeta
E se esse nosso amor toma incremento
Se tudo isso termina em casamento
Minha desgraça estará então completa