PIRRAÇA
Olho a praça
e o povo passa
numa pirraça
de nem me olhar...
Nada...
Nem um raio,
nenhum soslaio
na minha direção!
Penso!
Será que me esgotei?
Quem sabe, não sei...
Fico tenso!
E eu carente
de vida e de gente
murmuro dent´de mim,
preciso não me confundir...
Quero um só por quê?
Que me pergunte um transeunte,
melhor: Uma, que não passa...
Só na minha imaginação...
Por que tiveram de me nascer assim
sensível como uma “não me toque”...
E tão exigente comigo mesmo
e toda gente que divide
todo espaço e oxigênio do mundo
contíguo a mim e comigo...
Não tolero essa pirraça...
Nem aguento a fumaça
Que espapaça o meu entorno
anunciando algum fim...
Faço poesia todo dia em meu forno...
Poderia fazer uma superprodução... Mas não!
Medo de explorar minha mente
Minh´alma, mormente,
e, o meu coração!...