PIRRAÇA


Olho a praça
e o povo passa
numa pirraça
de nem me olhar...

Nada...
Nem um raio,
nenhum soslaio
na minha direção!

Penso!
Será que me esgotei?
Quem sabe, não sei...
Fico tenso!

E eu carente
de vida e de gente
murmuro dent´de mim,
preciso não me confundir...

Quero um só por quê?
Que me pergunte um transeunte,
melhor: Uma, que não passa...
Só na minha imaginação...

Por que tiveram de me nascer assim
sensível como uma “não me toque”...
E tão exigente comigo mesmo
e toda gente que divide

todo espaço e oxigênio do mundo
contíguo a mim e comigo...
Não tolero essa pirraça...

Nem aguento a fumaça
Que espapaça o meu entorno
anunciando algum fim...
Faço poesia todo dia em meu forno...

Poderia fazer uma superprodução... Mas não!
Medo de explorar minha mente
Minh´alma, mormente,
e, o meu coração!...
Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 02/03/2013
Reeditado em 03/03/2013
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