Meu porto d'abrigo

E cada lágrima que tomba aquietada sobre

a renda antiga desta cama

clama a noite advinda de quem ama.

E cada gesto, em que no lago dos teus olhos,

de prazer eu desfaleço,

têm os tons azul-pastel dum mar confesso.

E cada rima, cada verso

em que no toque, no vácuo do teu beijo

eu adormeço,

ecoa para além da luz do dia

na mais pura, dulcíssima, orgânica, genésica

sinfonia....

Que nas noites em que sou

não mais que barco à deriva perdido,

tu és de mim, o meu íntimo porto d'abrigo,

o sentido recrudescido de uma Vida!

Mel de Carvalho
Enviado por Mel de Carvalho em 18/03/2007
Reeditado em 18/03/2007
Código do texto: T416731
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