Meu porto d'abrigo
E cada lágrima que tomba aquietada sobre
a renda antiga desta cama
clama a noite advinda de quem ama.
E cada gesto, em que no lago dos teus olhos,
de prazer eu desfaleço,
têm os tons azul-pastel dum mar confesso.
E cada rima, cada verso
em que no toque, no vácuo do teu beijo
eu adormeço,
ecoa para além da luz do dia
na mais pura, dulcíssima, orgânica, genésica
sinfonia....
Que nas noites em que sou
não mais que barco à deriva perdido,
tu és de mim, o meu íntimo porto d'abrigo,
o sentido recrudescido de uma Vida!