Dorme a noite na caixa de Pandora
Dorme agora a noite arrecadada
dentro da mágica caixa de Pandora.
Para lá da Ilha, bojuda, tomba silente a Lua,
entre o colo inflado do Mar.
Refulgente.
Ao Sol Nascente, pássaros videntes,
emergem fundidos no fulgido e no gemido.
Todo o secular abismo se ilumina.
Sem batentes, a porta aberta da alvorada,
é perfil líquido de estrada.
Cartografada, uma nova linha,
resquício da noite, aquém ensanguentada,
no toque urgente, inflamado de Centauro.
Desflorada,
projecta-se em mil brilhos, fragmentos de espelhos,
ninfáticas névoas de túrgidos seios nautas.
Denteados
p’los ávidos beijos de bicos amarelos de gaivotas.
Não, no palanque do Céu, já não dançam Pássaros tristes..