Amor em Demasia.

Amo-me para amar o mundo

e distrair as dores

no palpável e no inviso.

Amo o meu coração

para poder apaixonar-me

pelo amor da vida.

Também sei que amo o que não devo amar,

o inverossímil, o surreal,

razões desprogramadamente amadas.

Perdôo-me com os pecados alheios,

olho nos teus olhos, desejo os teus seios,

e aí morro de amor por mim.

Amo-me até quando estou aqui

engessado e querendo correr com o vento,

procurando pousar no infinito desse teu silêncio,

antes do meu grito

que voa calado e surdo de tudo.