O peixe e a borboleta.
Ó linda borboleta, voa.
E o mar?
Amplo e belo e não é a tua morada,
ó linda borboleta,
alada flor.
Moramos longe um do outro.
Eu, peixe frio, habito os cantos das ondas
nas quase esquinas da morada,
a te ver voar na praia
brigando com o vento que le leva
pra longe de mim,
pra longe do mar.
Meus olhos dizem que
em tuas asas moram minhas escamas
que feito um forro de cama, cobrem-te
na linha do vento desforrado.
Ó linda borboleta,
faz de conta que és um colibri,
beija-me num rasante de desejo.
Tornar-me-ei o oceano de teus prazeres,
e, sendo peixe, serei mar
e tu, em sendo pássaro,
sê-lo o sal,para nascer um salgado beijo, fora minhas águas