A INVEJA É UMA M.......

Somos sumidades

Somamos idades

Sumimos um no outro

Somamos serenidades

Serenando eternidades

Sempre o melhor vem mais tarde

Sereia de umidade

Arde em sumos

Supro tuas sementes

Foz de nascentes

Fosforescente a naus

Nos anais da fortaleza

Forço-te nas portas do claustro

Minhas retrancas

Em duras ancas

Provam de Fausto

Teus holofotes de alabastros

Meu claustro em servidão

Elevam-te a sensação do voo dos astros

Congelados na constelação de meu mastro

Maestro interno de tua congestão

Abrem-se através do sopro dos anjos

As asas de tua real liberdade

Nas costas de tuas cordilheiras

Sentes enfim a água escorrendo de teus montes

Os vassalos sussurram ao pé da noite rasteira

O frio é um açoite

Que percorre tuas espinhas dorsais

Nos sais de meu eu

Tu absorveu o que de mim contrai

Continha após gotinha eu em ti escorria

Por teu capinzal negro da noite fria

Sou eu que evaporas no mercúrio

Sou eu quem te encontra no murmúrio

Sem cadencia que o idiota que me espia na indecência

Evidencia o ato da fúria

Sem ater-se ao éter que do teu ser meu membro descobria

Sou eu que no teu colo morno silencia

E meu grito é como a resposta ao limo

De uma obra que só está exposta no meu íntimo

Mas que na tua feliz volúpia cadencia

Pois que dos bastardos invejosos sou um muro de arrimo.

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 28/02/2013
Reeditado em 28/02/2013
Código do texto: T4163635
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