Rosa de Veludo
Antes pétala e intocada rosa
Pele macia e de uma beleza formosa
Seus olhos de castanho infinito
Escondiam um vazio, longo e contínuo
Rodeada de espinhos letais crescera a rosa
E quem tentasse tocá-la, em seus espinhos se feria
Afastando aqueles que por sua beleza a admiravam
Mantinha-se a rosa, sozinha.
Mas um dia, a crescida rosa sentiu o amor lhe falar
Seus espinhos, acuados por tão belo sentimento
Caíram, deixando a linda rosa se libertar
A rosa, porém, não sabia
Que o amor, espinhos também tinha
E que sabiam machucar
Entregou-se, então, ao sentimento
Ignorou trovoadas e ventos
Que do seu amor a tentaram afastar
O tempo foi passando, as coisas mudando
E descobriu a rosa, que o amor ardia e doía
Que feria a alma daqueles que com coragem se entregavam
E com lágrimas de mágoa, foi a rosa se isolar.
Descobriu então a rosa, que queria de volta seus espinhos
Pois quando os tinha, vivia sozinha, mas pelo menos
Não sofria e paz em sua alma tinha.