AMORES QUE SE VÃO
Você já não mais conversa
Estás noutro sonho, imersa e submersa
Você está completamente inversa
Envolvida noutra vida ávida e dispersa
Entre nós está faltando um elo uma peça
Nada que nos impeça de ter uma conversa
Já não nos procuramos nem num pífio cio
E se nos achamos na engrenagem há inércia e frio
Emperramos na marcha da companhia
Eis o divórcio nossa carta de alforria
Já não há mais vida cadenciada na poesia
Há um emsombreamento que distancia
Um esquecimento desbotado que silencia
Uma essência salina que ausência evidencia
Há um sinal evidente que não é mais crise
Já aceitamos o nosso próprio deslize
Quero mais é te ver noutros braços novamente meretriz
Que de leve possas pisar nos crisântemos de outrora
Eu ficarei feliz como reluzente verniz
Em te devolver a aurora
Das horas acordadas dos sonhos que perdi.