Panóptico do Amor
Cárcere imundo deste coração ainda palpitante.
Me vi preso ao acaso, ao sabor da sorte.
Como fugir de tal sentimento?
Malditos grilhões! Preciso ser liberto.
Imagens do passado me incomodam.
Outro dia senti-me derretendo,
virei algo disforme, irreconhecível.
Liberdade se tornara inegociável.
Desde então corro pelo tempo,
mas não há lugares seguros.
O passado é cortante,
o futuro, agoniante. Lágrimas.
Que algo seja inventado,
por mim ou outro alguém.
Que nasça um novo amor,
não quero mais ser refém.
Pelas grades vi um amor puro,
Corria ele livre, à beira mar.
Viajei naquele momento...
Serei liberto.