Teclas abertas
Abre as tuas mãos, brancas ou negras teclas
de um piano.
Deixa que libertas, as notas
se elevem,
Sejam hoje e sempre, esvoaçantes
Gaivotas
ou divinas Andorinhas
a sulcar o brilho do choque.
Milhões de átomos.
Sílica, poeiras delicadas,
Cósmicas areias.
Sopra p´la amena vara
sobre o olhar modelado,
boquiaberto, de uma Fada menina,
no engenho, no fogo efervescente
tal como se molda a arte transparente
do vidro fino.
Abre as tuas mãos e solta,
ameno, grão a grão, bago a bago
na forma primordial de mimos, afagos,
o carinho das palavras que travas no plátano,
na língua e na boca.
Solta ...