Comboio do amor

Para agradar quem lha cerca,

Digere o prato que não quer;

Enquanto comigo a vida alterca,

Moteja, dizendo que eu perca,

Tempo, e sonhe c’outra mulher...

Desagrada, pois, o que me cerca,

E marca-me isso, onde eu estiver;

Meus anelos desilusão esterca,

O diabo diz que eu pule a cerca,

Mas, que vale o pitaco de Lucifer?

O amor longe, solidão se acerca,

Que se gabe das dores que trouxer;

Amor , não é metal que se merca,

É comboio que alheio se embarca,

Para seja lá o que Deus quiser...