DESAMOR

Nosso amor se perdeu

Por alguma destas esquinas da vida

Se engolfou por entre os ecos do silencio

Como um meteoro

Passou rápido sem contentamento pelos olhos

E se desfragmentou em pedaços

Pelo solo arenoso do esquecimento

Melhor assim sem se engendrar raiz adentro

Ficou na superfície insuflado pelos charcos coagulados dos momentos

Cabelos, pelos, peles, olhos... São filtrados pela lembrança da poesia

Feito criança que dentro do adulto esquece

Que criança foi um dia

Assim vão se morrendo amores como murchas flores

E se não morresse não existiria a palavra desamor

Renascendo noutros seres novos ardores

Novas cores mais fortes mais frias talvez!

Um resto de nós quais estertores se acende outra vez...

Quem sabe assim a puta que pariu um filho mude

Quem sabe assim amiúde a gente noutro colo grude.

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 22/02/2013
Reeditado em 23/02/2013
Código do texto: T4154691
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