O QUE RESTOU DE NÓS...
JB Xavier
Tanto desejei esse encontro, tanto...
Para não partir desta vida
Sem te ver ainda uma vez,
E aceitaste, não sei como, o meu convite...
E eis-me aqui, nesta linda tarde,
Neste banco, neste parque,
Olhar perdido no oceano dos teus olhos
Buscando a luz que tanto desejei ver
E tanto almejei ainda existir em ti...
Árvores tremulantes, brisa acariciante,
Pássaros, flores, sol, cores...
Tal como o cenário onde um dia nos encontramos
Pela primeira vez...
A juventude fluía por nossas veias,
O olhar perdido no futuro,
Onde pensávamos estar nosso universo,
E lembro o quanto beijaste, entre lágrimas,
O papel onde para ti compus um verso...
...um poema tímido, de uma quase criança,
Escrevendo por não ter coragem de confessar
Que para sempre... Para todo o sempre, iria te amar...
Eram versos singelos, simples, mas plenos de esperança...
Lá eu te dizia que eu amava pela primeira vez,
Que meu interior se revolvia como um furacão ,
E entre a ousadia de minha timidez,
Te entreguei para sempre meu coração...
E tuas lágrimas, como diamantes,
Rebrilharam ao sol daquela tarde feliz
Onde o mundo parecia premiar
Cada um de nossos suspiros,
E pincelava felicidade na tela de nossas vidas...
E te abracei com cuidado extremo,
Como se temesse quebrar aquele encanto
Que a magia de teu pranto
Derramava em minha eternidade...
E naquele banco da praça florida,
Naquele feliz outono,
Sem que percebesses,
Eu te entreguei completamente
Minha vida...
E no entardecer daquela praça
Olhei teus olhos molhados
- diamantes sem jaça –
E sentei no trono do meu destino,
- um rei menino –
Eis o que eu era!
E enquanto repousavas suavemente
Tua cabeça em meu ombro,
Te abracei no desespero de te saber minha,
E caminhei pelo sonho, como quem caminha
Entre o sol e a liberdade!
Por quanto tempo ficamos assim,
Unidos, abraçados, lembras-te ainda?
Eu não saberia responder, e só posso me lembrar
Da chegada do anoitecer, quando
Milhões de estrelas
Vieram nos homenagear...
Ainda tinhas o poema nas mãos,
Quando nos levantamos...
Alguns versos desfeitos por tuas lágrimas...
E outra vez delicadamente os beijamos
No entrelace das mãos, no calor
De nossos corações,
Para atestar todo o nosso imenso amor...
Depois... Por que precisa haver um “depois”?
Anos correndo céleres...
Para onde fomos?
O que fizemos de nós dois?
E enfim o silêncio...a distância... E o céu nublado...
E assim tenho vivido, cansado
De chamar teu nome pelo universo,
De murmurar ao vento aquele verso
Que te fez chorar...
Não...não baixes o olhar...
Este encontro, mesmo que te pareça aspereza,
Foi tudo o que eu sempre quis...
Não quero te ver chorar,
Eu apenas precisava ter certeza
De que és feliz!
Agora estou pronto para partir...
Naquela tarde, tu choravas,
E eu sorria à felicidade,
Mas hoje quero te ver sorrir,
Eis aquela folha, eu a guardo ainda, vês?
Não te importes com as lágrimas que derramo...
São versos desfeitos por tuas lágrimas,
Mas ainda vívidos, como naquele vez
Em que fiz deles meus mensageiros
Para dizer – te amo!
Obrigado por teres vindo
Alegrar um pouco minha solidão
De todos esses anos que por esse amor vivi,
Que ironia...
Te ver pela última vez,
E não conseguir te dizer tudo o que ensaiei...
- ah, essa minha timidez... –
Seguirei ouvindo para sempre
A música de tua voz,
Lembrando das trilhas em nossos rostos,
Nosso cabelo platinado,
Alguns desgostos,
Lembranças,
E um amor que jaz abandonado...
Eis tudo o que restou de nós...
* * *
WHAT REMAINED OF US
JB Xavier
Oh, God, how I wished this meeting,...
Not to depart this life
Without seeing you once again,
And you accepted, I do not know how, my invitation...
And here I am, on this beautiful afternoon
In this bank, in this park
Looking lost in the ocean of your eyes
Seeking the light that I desperately wanted to see
And craved still to exist in you...
Trees flickering, caressing breeze,
Birds, flowers, sun, colors ...
As the scenario where one day we met
For the first time...
The youth flowed through our veins,
Our look lost in future
Where we thought to be our universe,
And I remember how you kissed tearfully
The paper where I wrote a verse for you....
A poem... shy, from a young lover,
That he wrote because he had not courage to confess
That forever ... forever would love that lovely girl ...
Verses were simple, but full of hope...
Then I said that was the first time I loved
and I showed my insides burning as a volcano,
And between the boldness of my shyness,
I gave you my heart forever...
And your tears, like diamonds
shined under the sun of that happy afternoon
Where the world seemed to reward
Each of our sighs,
while painting happiness on the canvas of our lives...
And I embraced you with extreme care,
As if afraid to break that enchantment
that the magic of your tears
Poured into my eternity...
And on that bench of the flowered square,
in that happy Fall
You did not see,
but I gave my life to you completely...
And in the amazing sunset
your eyes looked wet
- Flawless diamonds -
Then I sat on the throne of my fate,
- A boy king -
That is what I was!
And while gently you rested
Your head on my shoulder,
I embraced you because I thought you was mine,
And so, I walked through the dream,
Between the sun and freedom!
For how long we stay dreaming
embraced, can you remember yet?
I could not answer, but I can still remember
The arrival of dusk,
when millions of stars
Came sing for us...
You still had the poem in your hands,
When we get up...
Some verses were undone by your tears ...
And again we kissed it
In interlace hands,
in the heat from our hearts,
To certify ourselves about our immense love ...
After all... Why there needs to be an "after"?
Years speedy running...
Where did we went to?
What did we do of us?
And finally the silence ... the distance ... And the cloudy sky ...
And so I've lived, tired
Calling your name through the universe,
whispering verses to the wind,
the same verses that brought tears to your eyes...
No. .. do not lower the look...
This meeting, even if being hard for you,
It was everything I ever wanted...
I do not wanna see you cry,
I just needed to make sure
That you are happy!
Now I'm ready to go ...
That afternoon, you wept,
And I smiled with happiness,
But today I want to see you smile,
Here's the verses you read one day...
Do not mind the tears I shed...
It is verses undone by thy tears,
But still vivid, as at that time
when I used them like my messengers
To say - I love you!
Thanks for coming
you brought a little cheer to my solitude...
Oh, All these years that I have lived by that love,
How ironic...
Can you imagine to see you for the last time
And can not tell everything I rehearsed ...
- Ah, my shyness ... -
I shall follow listening forever
The music of thy voice;
Remembering the trails on our faces,
Our platinum hair,
Probably some dislikes,
Remembrances,
And a love that lies abandoned...
Here's all that's left of us...
* * *
JB Xavier
Tanto desejei esse encontro, tanto...
Para não partir desta vida
Sem te ver ainda uma vez,
E aceitaste, não sei como, o meu convite...
E eis-me aqui, nesta linda tarde,
Neste banco, neste parque,
Olhar perdido no oceano dos teus olhos
Buscando a luz que tanto desejei ver
E tanto almejei ainda existir em ti...
Árvores tremulantes, brisa acariciante,
Pássaros, flores, sol, cores...
Tal como o cenário onde um dia nos encontramos
Pela primeira vez...
A juventude fluía por nossas veias,
O olhar perdido no futuro,
Onde pensávamos estar nosso universo,
E lembro o quanto beijaste, entre lágrimas,
O papel onde para ti compus um verso...
...um poema tímido, de uma quase criança,
Escrevendo por não ter coragem de confessar
Que para sempre... Para todo o sempre, iria te amar...
Eram versos singelos, simples, mas plenos de esperança...
Lá eu te dizia que eu amava pela primeira vez,
Que meu interior se revolvia como um furacão ,
E entre a ousadia de minha timidez,
Te entreguei para sempre meu coração...
E tuas lágrimas, como diamantes,
Rebrilharam ao sol daquela tarde feliz
Onde o mundo parecia premiar
Cada um de nossos suspiros,
E pincelava felicidade na tela de nossas vidas...
E te abracei com cuidado extremo,
Como se temesse quebrar aquele encanto
Que a magia de teu pranto
Derramava em minha eternidade...
E naquele banco da praça florida,
Naquele feliz outono,
Sem que percebesses,
Eu te entreguei completamente
Minha vida...
E no entardecer daquela praça
Olhei teus olhos molhados
- diamantes sem jaça –
E sentei no trono do meu destino,
- um rei menino –
Eis o que eu era!
E enquanto repousavas suavemente
Tua cabeça em meu ombro,
Te abracei no desespero de te saber minha,
E caminhei pelo sonho, como quem caminha
Entre o sol e a liberdade!
Por quanto tempo ficamos assim,
Unidos, abraçados, lembras-te ainda?
Eu não saberia responder, e só posso me lembrar
Da chegada do anoitecer, quando
Milhões de estrelas
Vieram nos homenagear...
Ainda tinhas o poema nas mãos,
Quando nos levantamos...
Alguns versos desfeitos por tuas lágrimas...
E outra vez delicadamente os beijamos
No entrelace das mãos, no calor
De nossos corações,
Para atestar todo o nosso imenso amor...
Depois... Por que precisa haver um “depois”?
Anos correndo céleres...
Para onde fomos?
O que fizemos de nós dois?
E enfim o silêncio...a distância... E o céu nublado...
E assim tenho vivido, cansado
De chamar teu nome pelo universo,
De murmurar ao vento aquele verso
Que te fez chorar...
Não...não baixes o olhar...
Este encontro, mesmo que te pareça aspereza,
Foi tudo o que eu sempre quis...
Não quero te ver chorar,
Eu apenas precisava ter certeza
De que és feliz!
Agora estou pronto para partir...
Naquela tarde, tu choravas,
E eu sorria à felicidade,
Mas hoje quero te ver sorrir,
Eis aquela folha, eu a guardo ainda, vês?
Não te importes com as lágrimas que derramo...
São versos desfeitos por tuas lágrimas,
Mas ainda vívidos, como naquele vez
Em que fiz deles meus mensageiros
Para dizer – te amo!
Obrigado por teres vindo
Alegrar um pouco minha solidão
De todos esses anos que por esse amor vivi,
Que ironia...
Te ver pela última vez,
E não conseguir te dizer tudo o que ensaiei...
- ah, essa minha timidez... –
Seguirei ouvindo para sempre
A música de tua voz,
Lembrando das trilhas em nossos rostos,
Nosso cabelo platinado,
Alguns desgostos,
Lembranças,
E um amor que jaz abandonado...
Eis tudo o que restou de nós...
* * *
WHAT REMAINED OF US
JB Xavier
Oh, God, how I wished this meeting,...
Not to depart this life
Without seeing you once again,
And you accepted, I do not know how, my invitation...
And here I am, on this beautiful afternoon
In this bank, in this park
Looking lost in the ocean of your eyes
Seeking the light that I desperately wanted to see
And craved still to exist in you...
Trees flickering, caressing breeze,
Birds, flowers, sun, colors ...
As the scenario where one day we met
For the first time...
The youth flowed through our veins,
Our look lost in future
Where we thought to be our universe,
And I remember how you kissed tearfully
The paper where I wrote a verse for you....
A poem... shy, from a young lover,
That he wrote because he had not courage to confess
That forever ... forever would love that lovely girl ...
Verses were simple, but full of hope...
Then I said that was the first time I loved
and I showed my insides burning as a volcano,
And between the boldness of my shyness,
I gave you my heart forever...
And your tears, like diamonds
shined under the sun of that happy afternoon
Where the world seemed to reward
Each of our sighs,
while painting happiness on the canvas of our lives...
And I embraced you with extreme care,
As if afraid to break that enchantment
that the magic of your tears
Poured into my eternity...
And on that bench of the flowered square,
in that happy Fall
You did not see,
but I gave my life to you completely...
And in the amazing sunset
your eyes looked wet
- Flawless diamonds -
Then I sat on the throne of my fate,
- A boy king -
That is what I was!
And while gently you rested
Your head on my shoulder,
I embraced you because I thought you was mine,
And so, I walked through the dream,
Between the sun and freedom!
For how long we stay dreaming
embraced, can you remember yet?
I could not answer, but I can still remember
The arrival of dusk,
when millions of stars
Came sing for us...
You still had the poem in your hands,
When we get up...
Some verses were undone by your tears ...
And again we kissed it
In interlace hands,
in the heat from our hearts,
To certify ourselves about our immense love ...
After all... Why there needs to be an "after"?
Years speedy running...
Where did we went to?
What did we do of us?
And finally the silence ... the distance ... And the cloudy sky ...
And so I've lived, tired
Calling your name through the universe,
whispering verses to the wind,
the same verses that brought tears to your eyes...
No. .. do not lower the look...
This meeting, even if being hard for you,
It was everything I ever wanted...
I do not wanna see you cry,
I just needed to make sure
That you are happy!
Now I'm ready to go ...
That afternoon, you wept,
And I smiled with happiness,
But today I want to see you smile,
Here's the verses you read one day...
Do not mind the tears I shed...
It is verses undone by thy tears,
But still vivid, as at that time
when I used them like my messengers
To say - I love you!
Thanks for coming
you brought a little cheer to my solitude...
Oh, All these years that I have lived by that love,
How ironic...
Can you imagine to see you for the last time
And can not tell everything I rehearsed ...
- Ah, my shyness ... -
I shall follow listening forever
The music of thy voice;
Remembering the trails on our faces,
Our platinum hair,
Probably some dislikes,
Remembrances,
And a love that lies abandoned...
Here's all that's left of us...
* * *