O Jardim da Rosa Amarela
Ela é feita de sonho, e de gesto em gesto se compõe.
Dentro dela, mil loucas e mil santas travam batalhas infindas e sangrentas, lutas entre desejos e possibilidades permeiam os seus dias.
Assim, é a rosa amarela, frágil e bela, mas é também a aranha que arma a teia, certa de que a presa não tarda e que dela depende a sobrevivência dos seus.
É a mulher de classe e a que desce dos tamancos,
é a mulher que pede e a que toma no tranco.
É a menina lilás, e a mulher que ruborizaria os mais perdidos dos devassos, se todas as suas entranhas fossem de verdade expostas.
É a mulher que chora de noite sozinha, por alguma coisa que nem sabe bem o que é, mas, que quando amanhece, limpa os olhos e a vida da poeira da realidade fria, e mergulha nos sonhos mágicos da poesia.
É a amiga, a que escuta, a que grita e disputa...
Tem um olho no tempo e outro no vento, que sabe,
é quem de verdade movimenta a vida.
De todas as Rosas Amarelas,
Você a mais linda que vi.
Hoje floresce tão longe...
Muito distante daqui...
Deixou no ar um perfume,
No meu coração a saudade.
Na minha vida a certeza,
De uma eterna Amizade.
Meu jardim hoje é triste,
Porque falta você minha flor...
E nessa ausência insuportável,
Existe a presença da dor.
Hoje a saudade é egoísta,
Talvez uma saudade "vulgar".
Que não entende e não aceita,
O vazio no seu lugar.