O Jardim da Rosa Amarela

Ela é feita de sonho, e de gesto em gesto se compõe.

Dentro dela, mil loucas e mil santas travam batalhas infindas e sangrentas, lutas entre desejos e possibilidades permeiam os seus dias.

Assim, é a rosa amarela, frágil e bela, mas é também a aranha que arma a teia, certa de que a presa não tarda e que dela depende a sobrevivência dos seus.

É a mulher de classe e a que desce dos tamancos,

é a mulher que pede e a que toma no tranco.

É a menina lilás, e a mulher que ruborizaria os mais perdidos dos devassos, se todas as suas entranhas fossem de verdade expostas.

É a mulher que chora de noite sozinha, por alguma coisa que nem sabe bem o que é, mas, que quando amanhece, limpa os olhos e a vida da poeira da realidade fria, e mergulha nos sonhos mágicos da poesia.

É a amiga, a que escuta, a que grita e disputa...

Tem um olho no tempo e outro no vento, que sabe,

é quem de verdade movimenta a vida.

De todas as Rosas Amarelas,

Você a mais linda que vi.

Hoje floresce tão longe...

Muito distante daqui...

Deixou no ar um perfume,

No meu coração a saudade.

Na minha vida a certeza,

De uma eterna Amizade.

Meu jardim hoje é triste,

Porque falta você minha flor...

E nessa ausência insuportável,

Existe a presença da dor.

Hoje a saudade é egoísta,

Talvez uma saudade "vulgar".

Que não entende e não aceita,

O vazio no seu lugar.

Desconhecido
Enviado por Carlos D Martins em 21/02/2013
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