Despertando pelo teu Olhar

Naquela manhã em lilases o vaso derramou-se,

Trazendo para face a lágrima cristalina

De sentir o corpo em torpor, a pele aquecida

O olhar em fábulas d’uma madrugada de fulgor,

E letras de uma poesia decantada pelo orar!

Pelos veios inventados pelo pranto

Despertava uma canção de amor,

E outra e outra ascendendo o curar

Da pele, dos lábios no gosto de mel,

Na herança oriunda das vindimas!

Quiçá dos elementos da noite

O toque sutil se dá entre os seios,

Apontados para o céu sorvendo-se

Pelo orvalho da flor em furor,

Em nostálgicas causas do amar!

Nas taças o vinho branco ainda borbulha

Transcendendo em rutilos devaneios

Mais e mais formas de dançar e viajar

Pelo sentimento transpirando à flor da pele,

Divagando pelo perfume, perpetuando o tempo!

Que venha e se torne eterna

Toda palavra que ama e nos leve ao anoitecer,

De cada calçada, de cada linha

Bordando mais uma aurora!

21/02/2013

Porto Alegre - RS