De Zero Pra Sempre
"Interessante como funcionamos e a capacidade que temos para funcionar. Nós temos um apego tão grande e uma vocação incrível para o inútil. Anos atrás eu me sentava e escrevia dezoito músicas, quadro textos, vinte e três poesias, agora se não estou me preocupando com o salário que preciso ganhar, com as notas que preciso tirar, fico perdido em alguma leitura, algumas imagens, sons e até mesmo espaços em branco.
Onde foi? Quando foi que a preguiça começou? Que dia foi o dia primeiro dessa desistência? Eu vejo uma fase, um momento diferente, novas prioridades, novos sabores. Não pego no violão, nem sei quanto tempo, faz muito tempo. Eu já me “masturbei” muito sentindo o soar das notas, o suor de horas gastas fazendo um barulho tão meu. Fico mais triste não, pois meus orgasmos agora são um pouco mais quentes, um tanto mais prazerosos.
Nesse momento, nessa fase, nessa deliciosa nova aventura eu tenho um pequeno pedaço de vida, um corpo que se funde com o meu, um sorriso que é também o meu. A gente diz coisas, faz outras, se nega, faz bobagens, se entrega. A gente diz que é assim, que é assado, mas no fim é só isso que quero, esse ficar ao seu lado. Te amo um amor de intensidade, te amo um amor bonito de verdade. É clichê, é bobo, somos nós contra o mundo e pronto."