Pouco sei de mim
quando longe de tuas intempéries
Difícil não te ouvir nessa chuva
quando latejas sobre a pedra
e sob o aço de minha armadura
Difícil não continuar à sombra
dessa nuvem escura
e derramar-me co'o céu
quando teu coração
pulsa sonhos junto ao meu
Difícil não embarcar
em tuas asas atemporais
quando desprendes minha alma
e invades minha escrita
Quando por dentro pois palpita
como um estranho em meu peito
e faz-me refém
aquém dos versos
e impõe-me tuas águas
sob força torrencial
Difícil lutar contra o temporal
que continua grafando minha poesia
Difícil lutar contra o teu vento
quando ardo e queimo
e valso na tua ousadia
... Difícil não querer o relento...