VESTAL IMAGINÁRIA...



As vestes ainda são as mesmas

vestes

que te cobrem como vestal

em urzes escondida,

já que em mim a maciez

de teu corpo

tem de ser apenas uma ilusão !



Afinam-se teus gestos de

mulher romântica

onde o amor nem pode se

confundir com orgasmos...

já que a mente patrulha

esse pulsante coração.



As ondas vêm...e se atiram

em teus pés descalços...

e nessa frialdade de mar...

você sente um outro prazer,

esse que não se pede,

mas que acontece de

improviso, inesperadamente.



Engulo em seco...como quem

de ousado

lê uma máxima moderna

que fala do amor melífluo...

bem intrincado

nas cavernas espelhadas do ser.



Calam-se então as palavras

que se diria,

pois no ocaso deste sol

encortinado, apenas

bruxuleiam tentativas vãs !



Correm então pelo céu

tuas lembranças

que vão de horizonte a

horizonte,

e que se engastam em mim

como anéis !



Suspiro...e sei que sou atirado

em teus braços

para apegar-me...para em ti

sentir teu perfume...

e depois...na encruzilhada

entre sol e lua...

apenas...sentir-te em mim

vestal imaginária.

 




-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-

Autor : Cássio Seagull em 20-02-13 SP

ca.seagull@hotmail.com

-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-