Somente recriam a ti.

"E este meu sorriso, em plenas nuvens, ofuscando-o. Quantas vezes me deparei com a lua com aquela sensação de aconchego! Mas, logo, me deparo que ao lado tu não estás.

Aqueles desesperos afligem minha alma, com a vontade de correr entre ventos, entre as neblinas, entre as chuvas; mas que seja para procurá-la e tê-la.

E eu aqui, sozinho, em pleno delírio, degustando o amargo da solidão.

Por que tu não apareces e me dás as mãos? Por que me deixas sozinho? Se eu passar frio, fome ou, mais do que isso, e se eu sentir saudade?

Aquela saudade daquilo que nunca se apreciou, mas sempre buscou vivenciar. Aquele frio que não lhe dá uma hipotermia, mas sensações que são mais desagradáveis e inumanas.

E este coração, que é maior que o peito, mal se cabe os outros órgãos, de tanto espaço que ocupa.

É tão pungente esta corda em que tento me equilibrar, encontrar o pleno equilíbrio de onde posso encontrá-la.

E, naqueles sonhos mais lindos, eu reencontrei-a, nas valsas mais requintadas, eu cativei-a.

Por quanto tempo aguentaria ficar um instante sem pensar no teu sorriso? Pois eles surgem constantemente em meu pensar.

Por quanto tempo respiraria sem o teu ar? Por quanto tempo ficaria sem enxergar sem ser com os teus olhos?

Pois, neste dia lindo de céu azul, de vegetação agitada, de calor escaldante, meus pés, minhas mãos, meus dedos, meu corpo, minha mente e minha alma somente recriam a ti." - Renato F. Marques