poesia do não querer
Sua bundinha empinada é qualquer coisa
Seu almoçar...a maneira como devora os alimentos é quase masculino
Sua panturrilha depilada, esquerda e direita robustas como pernas de piano de séculos passados
Seu caminhar de mulher que não trai, mas faz o pensamento pecar, de mulher que transa com o marido à noite e geme no ouvido dele
Não trai ainda! Porque não lhe podem desejar por inteira como o lobo a deseja! Porque não cantaram odes por debaixo de sua nuca!
Não lhe alisaram as pernas com mãos ásperas não lhe tocaram como os construtores de espineta manuseiam a imbuia
Nem lhe morderam o corpo. Nem lhe fizeram sangrar.
Mas eu, eu mesmo sorrio do desejo, porque não serás minha, não por inteiro e nem o pedaço que quero
Porque meu ode já foi cantado à minha doce terra encantada
Pequenina, peituda, bucetuda é prá quem canto.