Despontam dos teus braços vastos

Despontam dos teus braços vastos em deleite

os gritos do prazer antecipado, do ameno desejo

do toque, do afago, do tacto do meu corpo desnudo,

vestido e serenado, apenas pela pele das tuas mãos.

Emergem os nossos beijos colados na vácua distância

que separa a tua da minha boca...

Nos vitrais correntios calafetados por filamentos

de purpuras nuvens algodoadas, na boreal manhã

das próprias madrugadas, os corpos cedem-se,

reconhecidos, no proscénio d’actores.

E dos segredos deste espaço que é só nosso,

aos Deuses do Panteão, pecadora me confesso...

E lhes digo que se é pecado morrer viva

no enlevo dos teus braços, amado, então que se

faça em mim Madalena, hoje e agora e de agora

até sempre ... a santa-pecadora.

Mel de Carvalho
Enviado por Mel de Carvalho em 16/03/2007
Reeditado em 04/04/2007
Código do texto: T414566
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.