Delírios e memórias
A saudade é uma navalha
As lágrimas chegam
Faço amor com as migalhas
E fumo um maço.
Agora é tarde para chorar
Os anos se passaram
E lá está o mesmo mar
Mas eu o quero cá
Baby, eu já não me contenho
Crise de abstinência!
Agora que já não o tenho
Não vejo passarem as horas
Apareça, apareça!
Eu não me despeço
Suma dor de cabeça
Dose, me traga mais uma!
Sofrer por amor é tão comum
Mas minha dor é extraordinária
Cigarro, me traga mais um
E darei meu último escarro.
Este é meu delírio
De tanto que o esperei
Traga um lírio quando vier
Para ver se cura minha chaga
Memórias recônditas
Enterradas bem vivas
Tão malditas!
Que eu morra logo então!
Morrer não é fuga, nem prisão
É apenas o inevitável
Só nao quero que seja em vão
E amor é uma causa nobre, e só!