Poema de Extasiar

Pelos contingentes da folha

Ainda sem pautas, passeia serena

De velas içadas e casco imperial

Nau, caravela sonhar!

Do alto mar, verde mar

A voz estribilha em sonetos caucasianos,

Nobres e nórdicos sentimentos

Arrebatando-me em carne, em verso cruz,

Em facetas... Nas fases do luar!

Com os pés mergulhados no trigo

Sinto o ecoar azul do olhar em meia luz,

Emanando em semi notas todo o querer

Da página ganhando vida, nua escala de sol

Tecendo histórias, sublimando o tocar das peles!

Que a tristeza seja apenas uma palavra,

O perdão, um quinhão de navegar!

A noite já toma a cidade

Erguida entre as montanhas, quiçá das marés

Que te trazem na seda e no veludo da fruta,

Doce paixão, lábios de sentir o mel,

Corpo de extasiar no poema de recitar!

16/02/2013

Porto Alegre - RS