SANGUE & PORRADA

Morto o verão

a alma brutal do perdido

inaugura o vandalismo

Por quê continuar o Amor?

Tudo o que restou

é desprezo e deslembrança

Do que adianta falar o idioma

dos sete céus?

Sangue e porrada alimentam mais

do que o Amor ao luar

ou não beberiamos dos pulsos das vítimas

revirando os olhos vampiros

Festas babilônicas acontecem fora dos mapas

tapas escapam da ansiedade

quando a pimenta é o Amor

Preparada a última ferocidade

deu em nada, a dama deixou

o rei fora do jogo

Revirei túmulos

sem encontrar a jóia

a coroa dos séculos permanece jibóia

Por mais que o tiro certeiro

caiba em mim,

de viola nas costas jogo tudo p'ro alto

tenho no teu sexo a moradia fêmea

e a vontade sem fim de talhar o mundo

no canivete do humor