DIAS

Dás em meu colo a metros de distância

Quando andas, reflexo da minha amada

Não encosto o meu rosto no teu

Mas o teu cheiro já me desponta seu afago

Seu gemido após um dia mal dormido

Com a tua delicadeza de quem nem parece existir...

Dás em meu colo e em árvore rija

Com ruas como galhos afiados

Que se torcem e choram ao seu chiado

Ao teu pedido em forma de suspiro

Quando teus olhos me pedem um abraço

É um mundo dos braços que eu tiro

Pesadelo da minha existência

Motivo da minha na face deste mundo

Bebe o meu sonho no gozar mais profundo

Qual compartilho nas minhas noites-sempre-dia

Pois ao teu lado não há sombra

Se não o Sol, a tua beleza irradia!

Motivo do meu penar é este nobre

Que se mostra em forma de tempo

Do alvorecer ao por-do-rei mais lento

Que rege a sua hora mortal e natal

Nobre dia em que tenho nos braços

Rija lâmina é tua ausência em cinco nobres

Dás em meu colo como fruta saborosa

Qual se pretende toda consumir

Mas a beleza a nós instancia persuadir

Que nada mais vemos há um palmo do olho

Escuridão do demônio sentimento bom

Queima o peito desejoso sem coração?

Quem não vê o coração crepitar

Por ser que seja assim vivente

Pode ser o sábio do mais Arcádio ar

Mas nunca chorará estando contente

E a sensação que mais lhe será suscetível

É uma busca que jamais irá terminar.