Antagonia do Amor
Espera-se muito do amor,
Que seja incólume à dor das vicissitudes
Que reverbere no silêncio dos insones
Que conjugue com perfeição
Os mais defectivos dos verbos
Puir sem delir,
Aturdir sem ruir.
Mas é a centelha que resta,
Do lampejo eterno de um momento tão fugaz
Cravado naquele segundo
Perpetua-se o primeiro sopro pungente
Que sopra!
Suprindo o vendaval de incredulidades e conjecturas
sobre a verdade daquele suspiro
Será?
E uma certeza se revela:
A dor
é o próprio amor...
A dúvida
é o próprio amor...
Sem eles, o amor não seria
Tão intenso, tão verdadeiro.