Antagonia do Amor

Espera-se muito do amor,

Que seja incólume à dor das vicissitudes

Que reverbere no silêncio dos insones

Que conjugue com perfeição

Os mais defectivos dos verbos

Puir sem delir,

Aturdir sem ruir.

Mas é a centelha que resta,

Do lampejo eterno de um momento tão fugaz

Cravado naquele segundo

Perpetua-se o primeiro sopro pungente

Que sopra!

Suprindo o vendaval de incredulidades e conjecturas

sobre a verdade daquele suspiro

Será?

E uma certeza se revela:

A dor

é o próprio amor...

A dúvida

é o próprio amor...

Sem eles, o amor não seria

Tão intenso, tão verdadeiro.

Kiko Poético
Enviado por Kiko Poético em 16/02/2013
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