A mulher.
A mulher.
Preciso te esquecer, não te querer!
Ah! Mulher, êxtase, frenesi, loucura...
Caminhos e descaminhos, noites de aventuras,
desventuras, quando rompe a aurora...
É preciso te esquecer!
Meu bem querer, nó que não desata sede que não sacia.
Canto solitário, pássaros sem ninhos.
Mão que afaga mão que acena, num adeus sem palavras.
Não ditas no leito, perdidas no pleito...
É preciso te esquecer!
Meu peito é como mar de águas revoltas.
Meu pensamento é como sol do meio dia.
Que a escuridão seja completa, que a rua seja deserta,
Que os lírios floresçam numa manhã tardia...
É preciso te esquecer!
Que os girassóis calem, que as rosas falem,
Que a relva exale o perfume que emana de ti...
Antes que o sol emudeça,
Que a lua escureça,
Antes que eu pereça, ao revirar minhas lembranças.
Antes de tudo, que aconteça.
Antes que a tarde caia e anoiteça,
Faz-se necessário te esquecer!
Não há como exprimir, não há como explicar!
Peito desnudo, palavras ao vento,
noites ao relento, amante amada, canção ao luar...
Um bem querer.
Fruto proibido, amor tardio.
Águas de rio.
Preciso te esquecer!
Amantino Silva 01/05/2009