Recordações Apócrifas do Nosso Amor

E no firmamento cortinas descerradas

e algures as estrelas olham cintilantes

e os anjos condizem com os sonhos

e é remoto o tempo que eu renasci;

mas ainda recordo histórias de cometas

e de barcas que rasgaram mares de piratas

e nas grutas onde me ocultei dos demônios

deixei vestígios das noites que nós se amamos.

E no seu olhar dionisíaco de mistérios e belezas

tão mortíferas que as quimeras sucumbem

ao seu encanto e aos seus cantos paradisíacos

que foram minha prisão e o veneno ao coração;

mas não lamento pois nosso amor riscou as eras

e atravessou tempos de guerras e sobreviveu,

ainda ontem recordei incontáveis vidas nossas

e nos versos metafóricos lancei minha proposta.

Se tu leres e entenderes todas as minhas alegações

terás o direito de beber o meu sangue e adormecer

junto a mim em meu leito galáctico e sideral

e então fundiremos nossas almas num sopro cósmico;

mas se não desvendares minhas estrofes apócrifas

serás lançada aos leões devoradores de amores

e nossas recordações se desvanecerão junto a chuva

que é tão torrencial nos jardins onde nos reconhecemos.

Devaneios oníricos tão líricos e quase imperceptíveis

de um sonho poético inacabado sem máculas e analogias

somente algumas lembranças dos olhos daquela menina

que no bosque dos precipícios torturou meus sentimentos.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 14/02/2013
Código do texto: T4140056
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