Tormentas

Essa agonia

que me consome o dia

Triste martírio

de uma alma perdida

Oh, solidão!

Que fim quer dar

à esta tormenta?

Parece-me que o Cravo vai-se,

por que o foi?

Chegou ao seu destino?

Curou as feridas?

E tu Rosa?

Apesar de bela sabes ferir,

fere tal qual uma lança romana

Disfarça teus segredos,

inebriando com teu aconchegante perfume

Envolve, encanta,

alegra e possibilita imaginar,

que o fim não existe,

não chega, não leva

Por que a brisa recorre

os encantos do mar?

Esse, que por vezes conduz

as flores, mas destroça-as

Nunca vi o Cravo navegar

nem no mar se lançar

Mas sei que lá sabes chegar

A Rosa que tudo pode

que tudo faz

deu ordem ao destino

para mais uma alma atormentar

Vai... mas em tuas mãos

depositei o meu olhar

contigo levou o meu ser

Aqui... aqui, só a sombra

teima melodiosamente

a brisa tocar.

Lí Crismaroli -21/10/2012

Lí Crismaroli
Enviado por Lí Crismaroli em 14/02/2013
Reeditado em 21/12/2013
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