***GOSTO DE PECADO***
È fim de noite, o cansaço toma conta dos meus pensamentos,
mais um dia de batalha... Vencido ou perdido? Não sei dizer...
Conto nos dedos as vezes que perdi a chance de ser feliz,
e que pelo simples medo de tentar ficamos estarrecidos!
Enfim, minhas pálpebras cansadas pesam e o sono relaxante
e sagrado acaba por chegar. Livre, sonho e desperto para a vida,
Sinto que posso realizar tudo...Desejar, provocar e exprimir
sensações capazes de devorar a rotina e a tristeza que antes
morava em mim...Nos becos mais sombrios da solidão!
Liberto-me, e vem á tona os meus desejos mais secretos,
Sem culpa, querendo sempre algo mais e mais...
Acho que reaprendi a viver ávida e com certeza vou aproveitar
Cada momento a mim permitido...Então, sintomaticamente envolvo meus braços a seu redor, e neste teu corpo imaginário eu me deixo perder...Cada toque em um mundo de paixão que me consome e ao
Mesmo tempo me enaltece; fazendo surgir do fundo das minhas
Entranhas, uma mulher que nem eu conhecia e nem imaginava
Tão pouco existir... E como se fosse a primeira e a última vez eu
Sinto meu coração descompassar freneticamente, os meus poros
Mais pequeninos chegam a suar tanto que molham todo meu corpo.
E faço acontecer a emoção de viver... O que me traz uma risada incontrolável! Declamo palavras ousadas gritando declarações
nunca antes ditas, o respirar é forte e agitado, que chega a me
faltar o ar, meus lábios ávidos teimam em teu nome gemer e sussurrar...Torno-me linda, sedutora e abusada, deixo de ser a tua menina para me tornar Mulher... Afrodite... Com gosto de pecado,
com cheiro e instinto animal, sacrossanto. Este intenso,tenso e
imensurável prazer que me invade até as últimas horas matinais!
Ao mesmo tempo isto só reafirma que sou independente,
que posso me aventurar e ser feliz, e posso dizer que, amar ainda
vale a pena; quando nos desprendemos de um segundo,
Um instante, um minuto ou por um momento deste mundo
de tão ínfimo tempo e de vidas tão céleres, que nos fazem anjos lindos, figuras celebres,voando rápido ainda em terra...
Somos também lebres, sem caminho traçado ou tão pouco com
direção marcada... Deixando-nos levar até onde for nosso
pensamento e até onde aguentar nossos corações!
Irlene Chagas
A Poetisa do Amor