TOLO CORAÇÃO
Senti o vento chicoteando o tempo
Dizendo-lhe: Ingrato algoz! Só me fazes sofrer!
Vi nuvens escuras e cinzentas se formarem
Dispensando raios e trovões
Ensurdecendo a mais vil esperança
Mostrando-me como és tolo
Coração esperançoso
Achavas tu
Que para ti haveria alegrias?
És um pobre coitado
Condenado as desesperanças
Das tuas poesias
Não há quem te mereça
Ou alguém que te queira
És brisa passageira
És o doce logo esquecido
És beleza desfeita
Posso ver os redemoinhos
Se desfazendo em chuva
A água inundar a alma
E afogar as mais ingênuas lembranças...
Com és tolo coração
Condenado em teus anseios
Haveria para ti esperanças?
Oh pobre e tolo coração...
Fernanda A. Fernandes
14/02/2013