O louco e as maçãs
Nas horas dúbias quando tenho sentido,
Que o amor que ora sinto não faz sentido;
Sofro essas ambiguidades onde acredito,
Naquilo em que, daqui a pouco, duvido...
Duvidando chuto o balde, crendo espero,
Só a esperança já encena, ínfimo prazer;
Claro, respeito seu direito de não querer,
Mas, protejo o meu de dizer que te quero...
Se não habito seu sonho, menor que seja,
Que se quebrem as vidraças da esperança,
Que adianta servir o coração na bandeja,
foi a cabeça que Salomé pediu pós-dança...
Se o trem passar, que vale perna ligeira?
É possível que, já não passe, novamente;
Até um louco conta as maçãs na macieira,
Mas, o amor pode vê-las ainda na semente...