ALIENÍGENA

Renúncias inúteis animam à sanha primitiva de sangue,

no cadafalso alheios carrascos enriquecem

de olho nos perdões dos traidores,

porque os ministros assumem ares de gang

escondendo abominações embaixo das túnicas, apesar dos pesares,

pessoalmente prefiro a morada no abismo

ao conforto da submissão aos desmandos dos czares,

aonde a alma adormece nos tinteiros da eternidade há istmos

pouco louváveis na corrupção espalhada pelos limites dos ares

prazos caem por terra como aves mortas

porque o ladrão espreita atrás da porta

conspirando selos falsos das lágrimas das velhas solitárias

refugiadas entre hortaliças e tartarugas

aonde sem escolha mas sentindo a verdade uma otária,

porque no embornal trago pedras raras no brasão da coroa

e uma bússola esculpida no olho cego da minha sina,

moralmente condenada pela ricarada bêbada da política à toa

que eu chuto puxando da manga

a ficha criminal dos lordes sombrios como sapos na mina

cujas águas jorravam nossas trepadas indecentes,

quando alienígena era dizer bem alto o que cala as gentes