Nunca é o Amor Convidado

tenho o sexo bruto

como um puro-sangue

bufando no pasto,

não quero conversa de camaro

nem canário amarelo convém

tenho mil doses de chá das trevas

p'ra responder a falta que um passeio astrológico

faz no coração sonâmbulo,

porque não é dado marinheiro sentir amor

longe do rum e de uma boa farra,

mas teimo em acompanhar

o recolhimento dos mitos,

na viagem que a alma não pode evitar,

porque existe uma razão anterior à vidência,

e mais que a vidência tudo vê com olho de espírito,

por isso pinto o rosto com o sentimento selvagem,

aonde sentinela sabe que a cúpula há de cair

pelo sinal disparado no raio de todas as cóleras,

uma vez que recebemos o incondicional do amor,

quando infalível fora o sangue na arte da necessidade famigerada,

porque nunca é o amor convidado ao banquete,

porém, não há outro rei que mate com tanto empenho,

quando tudo era apenas ensaio