(Imagem da Galeria SkeletalMess - Por Jerry Jones)
Qual um sopro,
um vento a zombar sobre meus arrepios
Dói-me esse versoque docemente me parte
aos primeiros raios de sol
- Dói-me antes de pari-lo -
Cadenciado nos cílios,
tão dorido, alvorecido,
sabe chegar morno
abraçando meus suspiros...
Bocejo sonhos,
transcrevo saudade nas pálpebras amanhecidas
enquanto orna-me esse amor bordado em poesia...
transcrevo saudade nas pálpebras amanhecidas
enquanto orna-me esse amor bordado em poesia...
Quisera sufocar essa manhã
que rasteja outonal
sobre diáfanas linhas,
mas volto a sentir inopinadamente
o contorno amoroso do teu nome
E já sei-me traçada... agitada,
perfumada p'lo braço que se estica
sem pedir permissão!
... Se apenas um dia não doesse...
Mas lateja essa presença
em ardentes notas de lembrança
sopradas do teu coração...
Dói-me esse verso tão teu
que carrego não sei por quê!
Não sei pra onde...
Dói-me por ser indomável,
porque me rasga e denuncia...
Dói-me, por não haver alforria.
Denise Matos