PIRAMBEIRA
Diante de mim o abismo
de uma nova paixão
Fecho os olhos e penso
se meu corpo tem força
para suportar
o intenso vai-e-vem
de amor e ódio
entrelaçados
A liberdade
termina
e acaba o sossego
e o coração
acelera e desacelera
descontrolado
Terei forças para suportar?
No entanto,
o amigo da solidão me sorri
e seus dentes
sujos de mágoa
me lembram que a vida
não é um passeio
no jardim botânico
E eu me atiro
Tem fundo essa pirambeira?