REDENÇÃO

pérolas sujas saltam dos acordes penumbriados nas torres místicas,

e sua nudez é celebrada na Dança cujo remédio

é desejar pela contemplação insuportável,

divindade é porralouquice de anjo quando Adonai não está olhando,

e aproveitar uma delícia que só você tem,

e o urgente passa do estágio de escritura

ao seu corpo inflamavelmente monárquico,

porque o verso cantado é um trem carregando fantasmas gasosos

de domadores de cavalos malhados pela numerologia oculta,

na qual sou mais do que mero vassalo da sua cavidade abrupta,

cavalarizo fugas medonhas quando a noite

não mais é conveniente à sua fúria,

e dobrar a vontade das torpezas ignaras

é a única razão de espionarmos ruas incautas

do alto das torres góticas dos assombros,

quando nada mais induz perdão ao faquir,

então sorrio uivos sabendo que espetáculos de sangue

desinteressam ao paladar apimentado da minha rainha,

e providencio combates sórdidos dos heróis

que temem sombras de anões,

quando todo o acobertado pelo suposto manto de estrelas

permanecera sempre uma presença inviável,

ainda que publicamente celebrada

na cerimônia aborígene da manhã,

no momento que o espaço negado à abominada farsa

leva em conta que só no seu corpo desfaço acampamento

e viajo até a redenção