Fui desabotoando as vestes e despindo a alma
Com a calma de quem se desnuda
Das pétalas de uma flor em plena primavera
Com a doçura do amor da abelha lambuzada de néctar
Da boca ao ferrão
E entre meu sim e o meu não,
Não há lugar para o talvez...
Tenho a certeza de rio nascendo na fonte
Escondido no mistério das matas
Fluindo atrás dos montes em nascente de vida
Sou sua fonte cristalina, sou sua bebida
Rolando em filetes de cascatas procurando o mar
E o meu rio alimenta o seu cio e lhe faz germinar.
Vou joguando sobre o tapete verde das relvas
Minha delicada pele de céu azul
E minha rosa dos ventos mostrando para meu sul
Espalhei minha seiva no chão de sua espera
Sou sua quimera, sua gaia, sua ananci...
Venha e se perca em minha teia
Penetre como soro em minhas veias
Oxigena-me com o seu existir
Sobre minha nudez passeia sua ingênua possessividade
Na obsessão de seu desejo,
Acolho as sementes de sua verdade...
Vou rasgando minha verve nas metáforas de sua alegoria
Sou sua poesia decantada em mil versos
Sou reverso do seu dia
Enquanto dormes nos braços de morfeu
Sou eu quem canto a melodia
E dedilho as cordas de lira de seus sonhos de amor...
Sua serva, sua ninfa, sua gueixa
Não discuta com seu corpo,
Não relute com sua alma
Dou-lhe a deixa, pra penetrar as incógnitas do meu ser
Por quê?
Eu sou o sal do seu suor,
Quando transpiras no pulsar da paixão
Quando ofegante, marujo sem velas,
Sua caravela descobre que sou o seu cais...
Aporte, amor, em mim a sua paz
Ancore no meu beijo suas vontades
Até que não sejamos mais,...
E nós tornemos uma única partícula no infinito,
Uma só carne, uma só matéria, etérea
Revestida desse amor bonito...
Irene Cristina dos Santos Costa - Nina Costa, 11/02/2013
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Uma maravilhosa interação de meu amor,
SAM MORENO!
Obrigada, meu poète!
A DEUSA & O ÉBANO
Sei traduzir os sinais de sua inquietude de fêmea.
Venha para mim desnuda desvestida de compostura,
Faça-me Imperador de seu atenho de amor,
Que minas brotarão de seus montes.
Entre o sagrado e o profano sou o Ébano.
Que perfuma os quatros cantos de sua cama,
Na sua carne sou acúmen que não dói
Sou poses e dedos que lhe acariciam
Fazendo-a soluçar e se contorcer de prazer,
Transportando-lhe para um orbe de deslumbre.
És verbena, meu miosótis, meu amor-perfeito.
Meu talismã da sorte, no portal de seus anseios
Sou símbolo mágico, sou pentagrama, sou elemento.
Na alcova sou senhor de seus mistérios,
Na metodologia de seu deleite.
És uma Deusa
Que habita em mim, com suas diferentes formas.
És Mawu africana criadora de todos os meus eventos,
És Nêmesis adestrando os fios tramados do meu destino,
És Bast acordando o meu lado felino, intuitivo e libertino.
És Deusa de minhas delícias terrenas.
Sam Moreno