Calada!
À Flor
Calada! permita-me amar-te
Da maneira mais sincera que disponho.
Permita-me olhar-te tristonho,
E implorar-te um resquício teu.
Calada! Dai-me o direito de gravá-la
nas minhas retinas chorosas
Que nas tuas plumas formosas
Insistem fitar estasiadas.
Calada! Conceda-me ser teu arlequim.
Um bobo embriagado de ilusão
Um poeta rendido à tua mão
Que não me afaga, nem consola...
Calada! Permita que meus versos dispersos
Fiquem gravados na tua pele alva.
Despeje-os calmamente na relva
Que nasce ao seu redor a adorar-te...