Coincidência
Certo dia, andando por ruas conhecidas,
Desperdiçando o que restava
De sua já longa vida, um homem,
Sozinho, carrancudo e triste,
Viu algo que há muito não via!
Certa manhã, uma jovem garota,
Apaixonada por canto e animais,
Saiu de casa, sorridente, feliz,
Andando como quem acordou de bom humor.
Na mesma manhã, que coincidência,
Um jovem estudante, jogador de futebol,
Amante de literatura e dos Beatles,
Deixou o prédio da escola, caminhou
Por um trajeto um pouco anormal.
Em um dia qualquer, dois jovens,
Totalmente diferentes, e ao mesmo tempo
Tão iguais, trocaram olhares,
Em certa rua, na qual certo homem,
Sozinho, carrancudo e triste, passava...
Há quanto tempo este homem,
Já vivido e sem esperanças,
Não via algo tão inocente, tão puro...
Um lampejo de amor, em meio à sociedade cruel.
(11 de fevereiro de 2013)