DE ENDEREÇO NOVO

No fim da rua,

passando a quitanda,

há uma casinha branca.

Portas e janelas azuis.

É ali. Entre sem bater.

No quarto a cama com lençol e colcha

(foi Teresa quem lavou,

passou bordou suas iniciais e estendeu);

faça neles as dobras que só seu corpo sabe fazer

e entre as dobras esconda seu perfume.

Quando eu chegar

(fui logo ali escrever com o canivete,

no tronco de uma mangueira,

nosso nome dentro de um coração)

vou lhe dar uma rosa vermelha,

deitar-me na cama junto a teus pés

e em seguida morrer de amor.

Como sempre faço quando mudo meu endereço

(Você bem sabe disso)!