AMOR BATALHO
nua é linda musa sustenida,
caminhando na altivez você dança
você dança sensualidades vertiginosas
sobre as brasas místicas da alma em festa,
você abre as coxas e o doce flui alado,
anja,
samba bacanáuticas alegorias orais
quando o verbo é a genitália do Gênese
na carne de anjo possuído na seda do sonho,
quando na festa da carne sorvo sua alma
pelo grelo que é a clave das sonatas da lua cheia de néctar,
de todos os mistérios o deleite é o signo da saudade,
porque você é fábula e salvaguarda,
divindade de uma Natureza flamejando cores velozes,
tão mulher na flor que a carne zumbe o sexo como a concha
do sumo embriagante das papoulas de Atlântida,
pois do cio das estrelas espalham-se sementes
que dão frutos dos gritos angulosos do amor batalho,
quando só o mito define a carne a crença é a pintura do desejo