IMPERTINÁCIA

ao esculpir a aurora aonde os olhos

foram pendurados na encosta do precipício,

o Artista que arrancou o anjo do cio

do mel do fruto do vulcão

gritou no cúmulo do prazer

que a festa só é possível

quando a fantasia derrama o deleite,

jogar impertinácia na alegria é mancar o pé alado,

tristeza é arte quando dança nos tambores da abolição,

e o amor que suplica o seu corpo botânico de amada

abre o sésamo da passagem,

quando predador domina escalas e põe rabisco na ciência,

o princípio de tudo é molhar o pincel na lágrima

puxando da cartola um pássaro vermelho da insubmissão,

aonde milagre avoluma sonho completando céu

que só o sorriso pode cantar