Houve aquele tempo

Houve aquele tempo

E foi assim, numa noite pálida de estranheza

ele partiu, criando em mim a incerteza.

Restou-me a sombra na solidão da alameda

um ai, alma penada voando com leveza.

Afago sempre, tua lembrança tão querida

aquela a qual guardei reclusa em relicário

que era um pouco do sonho o tudo, e mais ainda,

esperança morta, envolta no sudário.

As nossas almas que eram tão coesas

murchou na flor, quando morreu a margarida

e a vida, a grande vida, sem a tua luz atrás das frestas,

é uma folha morta, perdeu toda beleza.

Longe de ti só existe tristeza

meu corpo um trapo sobre o chão poroso

mesmo assim meu olhar ferido vela,

sem sol, nem sal, na janela ou na mesa.

Lakshmi

(L.T.)

Laskhmi á Deusa
Enviado por Laskhmi á Deusa em 09/02/2013
Reeditado em 17/02/2013
Código do texto: T4131089
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