Houve aquele tempo
Houve aquele tempo
E foi assim, numa noite pálida de estranheza
ele partiu, criando em mim a incerteza.
Restou-me a sombra na solidão da alameda
um ai, alma penada voando com leveza.
Afago sempre, tua lembrança tão querida
aquela a qual guardei reclusa em relicário
que era um pouco do sonho o tudo, e mais ainda,
esperança morta, envolta no sudário.
As nossas almas que eram tão coesas
murchou na flor, quando morreu a margarida
e a vida, a grande vida, sem a tua luz atrás das frestas,
é uma folha morta, perdeu toda beleza.
Longe de ti só existe tristeza
meu corpo um trapo sobre o chão poroso
mesmo assim meu olhar ferido vela,
sem sol, nem sal, na janela ou na mesa.
Lakshmi
(L.T.)