Adeus, Jamais!
Eu sei que vou renascer
Para o curto sonho eterno
Em uma manhã de inverno
Com o sol me extremunçando
Ou talvez me excomungando
Quando o caixão me beber
E ele, o Sol, encataratado
Pela cerração que voa
Como um lençol de garoa
Chorando sobre o banhado
Me fará ver o passado
Como único futuro
E, Deus, Senhor! Eu te juro!
Que ja cansei do escuro
E de mudar tanto de ninho
Mostre-me por qual o caminho
Pelo qual deve andar
Uma estrela sem marca
Na qual apenas embarca
O que aprendeu a amar
E que morre às despedidas
Pra renascer ao voltar.