LIRA

Ah, Eurídice!

Não desanimes,

pois teu poeta está chegando.

Agarra-te a este fio de esperança,

tem paciência e sonha.

Traze miosótis dos campos

e com eles enfeita teus cabelos,

a fim de recebê-lo bela,

risonha e terna.

Levar-te-á para Ebur,

onde vivem as almas

que nem mesmo a maldição dos deuses

conseguiu separar.

Percebe como começam a alegremente cantar os rouxinóis.

Sente, é ele que chega.

Tu ouves, ao longe, este som mavioso?

É sua lira que soa,

enternecendo os animais,

curvando as árvores

e silenciando as águas do regato.

Vá! Não o deixes aflito.

Corre! O amor é eterno,

nada o destrói.

Voa, amada de Orfeu!

E, desta vez, não olhem para trás...

LuciaArmenioLeal
Enviado por LuciaArmenioLeal em 07/02/2013
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