DOCE MENINA
Era uma doce menina,
Encontrada quase todo dia;
Sentadinha numa cadeira;
No portão da casa amarela.
Assim vivia
Brincava,
Curtia,
E sentia.
Sempre que a bola das outras crianças caía próximo, tentava...
Mas a cadeira impedia.
Mesmo assim agradecia.
E sorria.
Só que não entendia;
Porque não podia;
Correr como os outros;
Andar como os outros;
Só sorrir como os outros.
Não entendia;
Mas não perguntava;
Só vivia;
E sorria.
Até que um dia;
No sol das sete, mamãe chamou;
Não respondeu, quieta ficou;
Naquele silencio, que em nada lembrou;
A vontade tamanha de logo viver.
Com o novo silencio, mamãe sentiu;
Entrou no quarto, sentou-se e viu...
O doce sorriso que sempre viveu.
Pensou na menina, que agora corria,
Andava e pulava;
Na doce alegria;
Do Eterno amor, que para sempre a acolhia.
Só que... Mamãe chorou.