AMOR ENGENDRADO

Teu coração quando te abraço

É meu porque bates em mim

Quando o meu é a centelha do teu

É como luz de querubim que acendeu e ascendeu

É como se água puramente filtrada passasse pelo meu rim

É como se fosses a extensão de meu braço

Já não sei dormir com outros umbigos

Estou engendrado na raiz de teu coração

Sem você sou joio em meio ao trigo

Te amo pelo que sinto em calhamaço

Sem você estaria extinto

Seria sombra sem sol

Total escuridão não saberia dizer o que sinto

Seria lavadeira sem rol

Seria vela sem procissão

Tu és as teclas de meus suaves toques

Tenho-as escanhoadas na memória

Não tenho como me libertar

Sem tua carta de alforria

Minhas algemas estão na tua ausência

Minhas prisões estão no teu corpo

Não tenho sequer a precisão extemporânea

De me apaixonar por outro desmesurado dorso

Sem você sou um esfomeado etíope

Sou exclusão da vida pegadas míopes

Você é a minha primeira maravilha do mundo

Descarto as outras que sem você

Estão á descoberto diante de meu silencio profundo

Tu és ser no meu ser o sal de meu mar

Tu és meu aperiente

Meu sol nascente

Meu arco iridescente

Meu grito indecente

Minha alma de lama a me amoldar

Que terei muito prazer em lúbrico terreno remodelar

Sou o macho plugado na tua fêmea

Somos um só na cadencia gêmea

Um só na fluídica companhia

Um só sopro que o tempo não silencia...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 06/02/2013
Reeditado em 06/02/2013
Código do texto: T4125651
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.