CORAÇÃO DE ESTRELAS

CORAÇÃO DE ESTRELAS

O que quer que eu seja meu amor, além de perdidamente apaixonado por te,

E réu confesso! Quer que eu me faça deserto enluarado, uma ode, um poema,

Para que possas recitar meus versos, a transbordar a força desse amor.

Essa razão de viver que nos une, e possas assim deleitar-te na tua solidão,

Quando eu não estiver por perto? Ratificando a paz que há no nosso amor!

Quer que eu me faça caminhos, folhas do outono a compor alfombras, chuva de verão,

A cair das estrelas guiando-te, nas asas da esperança, sobre minhas pegadas...,

Quer que eu seja amor, além da primavera, a te adornar o regaço, o teu Sol?

Tuas estrelas! O teu céu! Posso ser-te, o menestrel, a cantar esse amor em prosas e versos...

Um ribeirão de águas cristalinas onde possas dessedentar todas as tuas sedes...

Posso ser os teus espelhos, a refletir essas imagens reais que derivam do nosso amor!

Posso me fazer a mais bela canção, cujo refrão, exalte a ternura que tenho por te.

Posso me fazer em cascata de luzes, coração de estrelas, a iluminar-te a felicidade!

Ou quer que eu seja a imensidão dos teus desejos, a conjugar o verbo amar, pois,

Essa é minha sina, para que possamos satisfazê-los, em cumplicidade? Banindo os tabus?

Posso ser amor, a alegria, que acaricia a tua vida, os teus dias, os teus sonhos...

Essa alegria de viver, que faz meu coração bater por te, porque te amo.

A esconjurar as dores e as tristezas, invariáveis das estações, para que teus olhos,

Para que meus olhos tenham mais vida, e tua alegria seja os rios risonhos de bonanças,

E a tua vida, muito mais belezas exaltando os ardores que emanam desse nosso amor...

Ou quer que eu seja amor, ainda o pássaro correio, de janeiro a janeiro,

A trazer-te as mais belas, as mais lascivas e tórridas cartas de amor,

Comprovando a cada dia, que sou integralmente dependente e louco por te!

Que quer que eu seja meu amor? Minha vida!

Além de eternamente apaixonado por te.

Albérico Silva